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Sebastião em seu lugar de todos os dias. Foto: Sabrina Freire. |
"Sebastião... 50 e poucos anos...", assim diz um senhor de sorriso franco, morador de Ceilândia, Distrito Federal, há 30 anos. Trabalha no centro de Taguatinga há 20 anos, em uma lanchonete-banca-de-revista, junto com sua tia. Começa cedo, às 6h já está no ponto e às 11h vai para seu segundo emprego onde é porteiro. Voltando às 17h e só sai às 20h.
Como diz seu Sebastião “Comecei aqui por quê não tinha opção”. Com o ensino médio completo, trabalha de domingo a domingo e como muitos veio tentar a vida em Brasília. Quando perguntamos a ele se não tinha interesse em fazer uma graduação, ele diz: "tempo, sem tempo”, e essa é a realidade de muitos que trabalham por ali. Sebastião e Antônio, descrito no blog por Bruna Galvão, trabalham de lados opostos da avenida e essa oposição também se transmite no modo como cada um deles veem as próprias lutas, e suas diferenças estão no modo que olham o mundo.
Antônio já perdeu a confiança nas pessoas, não gosta muito do que faz, mas faz por que é dali que sai seu sustento, já Sebastião apenas anda conforme a sorte lhe sorri, e é feliz assim. Em 20 anos muita coisa já viu por ali, não reclama de muita coisa, ao longo desses anos tem se acostumado com os reflexos da vida urbana e de suas crises, mas uma questão tem lhe tirado o sono: os assaltos da madrugada. Diversas vezes chegou ao seu trailer e se deparou com as marcas de tentativa de arrombamento. Com isso, ao ser perguntado por algo que definisse Taguatinga, não ousou em dizer: "SOCORRO!!!”, mas não deixa de ressaltar que gosta do que faz, apesar da rotina cansativa é feliz por poder todos os dias estar em contato com diversas pessoas diferentes construindo muitas vezes grandes amizades!
Ane Caroline da Silva
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